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Bem me quer...

Kusadasi. Turquia. 2005


...mal me quer?


Não mais se endireita...

Vila Nova de Foz Côa. 2010

Quando a vida parece que não mais se endireita... damos um passo de cada vez, subimos um degrau de cada vezada e esperamos que no fim da escada ele esteja lá! Sem vertigens, sem olhar para trás... sem receios! Mesmo quando nos não se lhe vê o fim...


Paraliso!

Évora. 2006

 O caminho que o velho percorre é longo e penoso...
Já não tem medo de morrer, e também não é a vida que lhe rouba o sono.
A alma é um copo meio cheio,  um aperitivo que se bebe frio!
Sou um deserto de sentidos, uma cicatriz do ser,
uma planície de prazeres despida de relevos.
Não sinto o sol que cresta a pele inocente.
Vejo o cálice que convida,
a miragem do Oásis...
Paraliso!

Tentações...

Copenhaga, Dinamarca. 2006

O João encontrou a cama inquieta, não conseguia fechar os olhos e por mais que corresse as persianas para baixo mais estas se enrolavam e escondiam de baixo das sobrancelhas. O sono, que costuma ser tão pontual quanto o coelho branco, estava atrasado. Os sonhos atormentavam as desorganizadas memórias do exausto dia. Como saltimbancos devassavam aldeias de pensamentos, violando as ideias que, atarantadas, corriam como baratas embriagadas. Estes sonhos eram bem diferentes dos que João estava acostumado, vinham mascarados de volúptia e desejo , como se a filha de Eros os sussurrasse baixinho dentro do ouvido. Trajavam finas sedas laranjas e rosas, carregavam um perfume irresistível e transformavam-se em sereias com asas de borboleta. Estivera um dia quente de Verão mas lá fora chove. Uma chuva quente que não chega ao chão, um pingo aqui... outro ali...como se uns e outros abandonassem a frente de batalha, se arrependessem de cumprir o destino e cantar o fado no  zinco do telhado!
A tentação, como a chuva que lava o meu jardim, são sonhos... incompletos... Carecem de vontade para cumprir o destino, um livro sem prefácio nem final, um rádio sem botão de Play, um banco sem pernas, uma TV sem antena, uma escova sem pêlo, uma folha sem letras, um par de óculos sem lentes, um lápis sem bico e uma página em branco...