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E se... o amor acabasse?

Levada das 25 fontes. Madeira. 2009

E se o amor acabasse? Se o amor decretasse o seu desaparecimento? Assim, como que, com a mesma facilidade com que o governo que decreta tolerância de ponto, o amor decretasse a sua extinção... o que seria de nós, condenados a ter corações saudáveis, saudosos do sofrimento constante de amores não correspondidos, descansados de palpitações, aliviados de emoções, carentes de lágrimas, babas e ranhos! Seriamos obrigados a uma vida relaxada, sem stresses amorosos, sem birras emocionais, sem encontros e sem desencontros, sem saudades, sem paixões, sem sentimentos e sem corações...
O coração cumpriria apenas a função para que foi originalmente desenhado, tranquilamente fazer chegar o sangue a todo o nosso belo corpinho, desde a raiz até às pontas... é que isto de ter dois trabalhos é certo e sabido que custa e, no final, acabasse por não se fazer bem nenhum deles. Será esta a razão para a incidência de acidentes vasculares e doenças coronárias... talvez os nossos corações estejam (en)fartos de lhes exigirmos um amor assolapado, os obrigarmos a palpitar como se não houvesse amanhã e no final acabarmos por os arrancar do peito, subir à montanha mais alta e os atirarmos no vazio com todas as nossas forças... O resultado é sempre o mesmo, acabamos lá em baixo na praia a recolher despedaços, e a refazer o puzzle de mil peças ao qual acaba sempre por faltar uma. Depois de tal tortura, e com cada dia que passa, é mais difícil encontrar a peça que falta ou uma que encaixe...
Enquanto o amor estiver de folga como é que se perpetuaria a espécie humana, sem esse ingrediente em quantidades q.b. para misturar homens e mulheres? Teríamos que fazer como os animaizinhos... andar por aí a pavonearmo-nos com plumagens exuberantes, cores garridas,  pêlos compridos e desgrenhados, dentes afiados, glândulas mal cheirosas, a cheirar entre-pernas e a guiarmos o instinto pelas maravilhosas glândulas sudoríferas e sexuais que nos indicariam a próxima fêmea receptiva! Esperem lá, quase tudo isso já nós fazemos... Então... se calhar as nossas fêmeas é que são esquisitas demais, não?

Enquanto o amor estiver ausente quero ser como as aves, porque são um dos grupos animais onde ocorrem mais espécies que procuram o parceiro(a) ideal e se mantêm unidos até que a morte os separe... se houver uma réstia de amor no mundo animal, é no grupo dos passarinhos... como tal acho que só me falta cantar!

E se tiver de morrer de uma doença do coração, que seja com uma anginha de peito... ;-)


4 Response to "E se... o amor acabasse?"

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Eli Says:

Se Ele acabasse, eu acabaria também com ele. Podíamos até ser enterrados na mesma cova!

(...)

:)

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Anónimo Says:

"E se ......... o amor acabasse?"

Penso que é algo impossível!!! O amor nunca acaba, pois ficar esquecido.....intimidado.....mas acabar é algo que nunca vai acontecer....até porque a vida não faria sentido!!
Gostei do teu blog..e das imagens então nem se fala!!
Contudo, não te deves deixar esconter atrás de um écran mas sim dizer o que sentes cara a cara!!! Penso que seria um bom caminho para conheceres "as tais pessoas novas que tanto queres"!
Mas já é um bom princípio!!
Um conselho......somente um conselho...que nem deves levar a sério.....
Armanda

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Ricardo Ramalho Says:

Não pretendia referir-me ao simples amor entre dois, que existe num casal, ou entre amigos ou familiares... Aqui gostava que fosse entendida a pergunta existencial e utópica de o "AMOR" acabar, extinguir-se, sumir, esticar o pernil, bater as botas... no fundo o Amor em geral e não me queria referir a nenhum tipo de amor em particular! O amor entre duas pessoas pode nunca acabar, pode transformar-se noutras coisas, ou pode ficar eternamente num cantinho escuro do coração... Na prática, acho que já todos sabemos o que acontece... mas não era esse assunto que pretendo abordar neste post.
Quanto a esconder-me... sabes que não tenho hábito de esconder-me atrás de nada!

R.
Obrigado

Eli.
Pois... :)

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